LEIA - Quem somos

O projecto LE.I.A. continua activo e aparece agora renovado: ao associar-se ao projecto LER+ do Plano Nacional de Leitura, ganhou a sigla M.L.M (Melhores Leitores do Mundo). Continua a ser um espaço de partilha de experiências de leitura, mas integra agora na sua estrutura um verdadeiro clube de alunos leitores.

Permanece, no entanto, sempre aberto às sugestões de leitura que nos queiram enviar. Por isso, se acabou de ler um livro e gostou, escreva alguma palavras sobre ele e envie o texto para
leia.esmtg@gmail.com. Nós temos o maior gosto em publicá-lo no blogue.
Sugira. Comente. Participe. O blogue é o seu espaço.

Ana Gonzaga

Rosário Cardoso







terça-feira, 26 de janeiro de 2010

João Tordo, Hotel Memória


Quantos de nós não têm familiares ausentes, a viver noutro país ou até mesmo noutra cidade.
Quantos de nós já não nos imaginámos nessa mesma situação?

Projectamo-nos para um futuro, não muito longínquo, vemo-nos noutra cidade, noutro país, a falar outra língua e a contemplar outra cultura…

Este livro fala-nos exactamente dum caso desses. O narrador deste romance é um estudante que, ao chegar a Nova Iorque para uma pós-graduação, conhece na Universidade uma rapariga bastante enigmática chamada Kim, pela qual nutre uma avassaladora paixão. Por entre ruas de Nova Iorque, aulas da Universidade, novos convívios, leituras de rotina, este acaba por se aproximar de Kim, embora não chegue nunca a decifrar inteiramente os mistérios que envolvem esta rapariga.

De um momento para o outro, este é surpreendido com a trágica morte de Kim, algo inesperado que o vai encher de culpa e acaba por lançá-lo para uma declinante desgraça e miséria, que o transformará num autêntico vagabundo. É então que, sem dinheiro, sem bens e sem vontade de viver, o protagonista chega ao Hotel Memória, um estranho lugar na Baixa de Manhattan que parece destinado a albergar criaturas perdidas; e é também aí que conhece Samuel, um excêntrico milionário que o desafia a procurar um fadista português desaparecido, Daniel da Silva, emigrado para os Estados Unidos na década de sessenta. A pouco e pouco, deparando-se com o inesperado a cada esquina, o narrador vai-se embrenhando nesse enigma por resolver, e a busca por Daniel da Silva transforma-se na busca do seu próprio eu, da sua identidade perdida e do seu passado. Tendo Nova Iorque como pano de fundo, dos anos sessenta até ao presente, e criando a figura inesquecível de Daniel da Silva, o fadista que conquista Manhattan com o seu talento, viajamos também um pouco pelo mundo do fado.

Hotel Memória é, ao mesmo tempo, um romance de mistério, um policial e uma aventura.

É assim que João Tordo, um jovem escritor de 35 anos, Licenciado em Filosofia na Universidade Nova de Lisboa, que venceu o Prémio José Saramago 2009 com o romance "As Três Vidas", nos deixa assombrados com este belíssimo livro, ao mesmo tempo intrigante e comovente, que lida com os fantasmas da memória, da culpa e da redenção. Aconselho vivamente, é um daqueles livros que devemos ter na nossa estante e partilhar com amigos e familiares.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Woody Allen - Pura Anarquia

Em Pura Anarquia, Woody Allen apresenta um conjunto de 18 histórias, todas muito distintas mas com um objectivo em mente: a anarquia literária, ou seja, todas as realidades e personalidades que as povoam são plausíveis. Geralmente retratam cenas do quotidiano moldadas à imaginação de Allen o que vai criar uma sociedade um pouco exagerada.


Esta sociedade é caracterizada como sendo uma sociedade fútil, “vazia”, no sentido de só se preocupar com coisas inúteis, chegando alguém ao ponto de pagar 12 milhões de dólares por uma trufa.

A maioria destas histórias desenvolve-se em torno de dinheiro, dando especial atenção a milionários e a actores famosos. Também aqui são incluídas as ambições das pessoas que não são “ninguém” mas a quem, por uma certa quantia em notas, é dado o passaporte de ouro para este mundo de mentiras.

Mas o livro não se resume só a isto, também tem a sua parte da imaginação fantástica – com histórias um pouco estranhas e um tanto ou quanto macabras: de roupa com sabor e cheiro a comida a um mundo dividido em dois, em que os mais ricos flutuam por cima dos mais pobres, ou seja, os deuses no céu e os mortais na terra.

Resumindo, são histórias surreais e, no entanto, poderiam mesmo ser histórias verdadeiras. Pode-se observar, também, uma liberdade quanto à escrita, visto que não obedece aos critérios considerados normais. O narrador preocupa-se só em exprimir uma consciência inconsciente, ou o que o instinto lhe dita.

Achei o livro uma leitura divertida capaz de proporcionar umas boas gargalhadas e é um óptimo meio para fugir à rotina do dia-a-dia.

Cristiana Ramos

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Convite




No dia 3 de Fevereiro, pelas 14.30, na BECRE, seremos visitados pelo escritor e actor Sandro Junqueira, ex-aluno desta escola, que virá partilhar connosco algumas das suas experiências de leitura, escrita e representação.

Aparece! É natural que gostes!