LEIA - Quem somos

O projecto LE.I.A. continua activo e aparece agora renovado: ao associar-se ao projecto LER+ do Plano Nacional de Leitura, ganhou a sigla M.L.M (Melhores Leitores do Mundo). Continua a ser um espaço de partilha de experiências de leitura, mas integra agora na sua estrutura um verdadeiro clube de alunos leitores.

Permanece, no entanto, sempre aberto às sugestões de leitura que nos queiram enviar. Por isso, se acabou de ler um livro e gostou, escreva alguma palavras sobre ele e envie o texto para
leia.esmtg@gmail.com. Nós temos o maior gosto em publicá-lo no blogue.
Sugira. Comente. Participe. O blogue é o seu espaço.

Ana Gonzaga

Rosário Cardoso







sexta-feira, 30 de abril de 2010

John Green, Looking for Alaska

Miles Halter é um rapaz tímido e frágil que um dia decide sair da sua cidade e procurar uma aventura. Influenciado pela busca do “Great Perhaps”, que é uma razão de viver e uma maneira de alcançar a felicidade, Miles deixa para trás os seus pais e os seus “conhecidos”, não podendo chamar a nenhum deles seus amigos.


Entra numa escola, um colégio privado onde conhece as pessoas mais importantes que jamais irá conhecer. O seu colega de quarto, Chip, é o típico rapaz sulista com bons modos e não suporta pessoas ricas e gananciosas. Chip apresenta Miles a uma amiga sua de longa data, Alaska Young, e, como muitos outros, Miles apaixona-se por ela. Alaska é linda e divertida e tem um certo mistério apelativo, que atrai toda a gente.

Tipicamente adolescentes, andam sempre em grupo e gostam de quebrar algumas regras, desde que ninguém os apanhe, tais como fumar, beber dentro do recinto escolar e também são fãs de pregar algumas partidas a pessoas de quem não gostam muito. Após pregarem a partida que os deixará para a história da escola, uma das coisas mais estranhas acontece e surpreende todos, deixando-os intrigados. No momento em que Miles consegue o seu “Great Perhaps” e a razão da sua felicidade, isso mesmo é-lhe tirado. Ele encontra a sua razão de viver, Alaska é a sua paixão e ela é-lhe tirada pelo destino. A história é narrada sob a forma de contagem decrescente, focando-se num acontecimento que muda a vida de todos os que conheciam Alaska Young.

Cristiana Ramos

domingo, 18 de abril de 2010

Jon Krakauer, O Lado Selvagem

Não quero saber que horas é que são. Não quero saber em que dia é que estamos ou onde estou. Nada disto interessa.

O Lado Selvagem é um livro fascinante baseado na história verídica de Chris McCandless, um jovem recentemente graduado da Universidade que, à busca de aventura e de verdade, decide deixar a sua vida organizada e conformada para partir para uma road-trip. Destino? A Natureza selvagem!
Assim, Chris doa a maior parte das suas poupanças à organização de solidariedade OXFAM America, destrói os seus documentos de identificação, atribui-se o nome de Alex Supertramp e, no seu velho Datsun inicia a viajem pela natureza da América do Norte, tendo como fim último o Alaska, do qual nunca sairá vivo.
Desta maneira, ao afastar-se da sociedade materialista e superficial em que vivemos, Chris McCandless tentou provar que o Homem consegue viver sozinho na Natureza sem precisar de carros, casas ou telemóveis topo de gama. É interessante perceber quais é que são as razões que levam alguém a abandonar a sociedade para viver em pura natureza e «acompanhar», efectivamente, a sua viajem.
No entanto, constatamos que Chris não cortou todos os laços com o mundo exterior, uma vez que estabelece vários contactos ao longo da sua viajem, fazendo amizades com outros “marginais”. No fim, quando está “preso” no Alaska, chega mesmo à conclusão de que “a felicidade só é real quando é partilhada” o que nos faz questionar se o Ser Humano, ao viver afastado da sociedade, se consegue realmente concretizar.
O Lado Selvagem não me surpreendeu devido ao uso de recursos retóricos extraordinários. O que torna este livro especial é a maneira como explora assuntos como a relação do Homem com a Natureza, a Sociedade e consigo mesmo, levantando questões tais como:" Por que é que nos contentamos em viver numa sociedade que, além de hipócrita e injusta, restringe as nossas liberdades? Qual é que é o propósito da nossa existência? Qual é o verdadeiro significado da vida?".
Encontramos resposta a tais questões? Não, e provavelmente nunca conseguiremos fazê-lo. Mas conseguimos perceber quais é que são os valores que nos tornam humanos e que o melhor na vida não é viver necessariamente na natureza pura ou na gaiola da sociedade. Entre o preto e o branco existe a cor cinzenta. Para obtê-la, cabe-nos a nós misturar convenientemente as duas cores.
Nota – Lado Selvagem foi, em 2007, adaptado ao cinema. O filme foi muito bem conseguido e mantém-se, na sua maior parte, fiel ao livro. Aconselho ler o livro e, em seguida, ver o filme.

Laila Franke