O Holocausto foi, sem sombra de dúvida, o pior e mais horrendo período da História pois evidenciou o quão irracional se pode tornar o Homem, capaz de sacrificar a sua humanidade, em prol de uma utopia.
Em Um rapaz de pijama ás riscas, este tenebroso episódio é-nos relatado segundo o inocente ponto de vista de Bruno – filho de um general nazi que se viu obrigado a mudar de casa para a contiguidade de um campo de concentração. Bruno trava uma amizade com Schmuel, um jovem judeu, que definha a pouco e pouco, aos olhos de Bruno, sem que este fizesse algo significativo para o impedir.
Inicialmente, confesso que estava bastante ansiosa por ler este livro, pois sou uma entusiasta de temáticas relacionadas com o nazismo. Contudo, o meu interesse desvaneceu-se à medida que progredia na leitura. A cada página que lia, mais interesse perdia; a história ficou muito aquém das minhas expetativas e, inclusive, do próprio potencial do tema. O autor talvez tenha tentado proporcionar ao leitor a oportunidade de conhecer a história segundo uma perspetiva mais ingénua, crédula e pueril, no entanto, acabou por mitigar a brutalidade das decisões e consequentes ações tomadas. Ignorou a agonia e sofrimento patentes nas súplicas por misericórdia, as lágrimas que foram choradas, as preces que nunca foram ouvidas, ignorou as almas que penaram sem qualquer demonstração de compaixão face ao seu pranto. Na minha opinião, é uma afronta à realidade vivida pelas vitimas desta nefanda realidade e um insulto ao espírito critico das crianças.
Este episódio marcou para sempre a história da Humanidade pelas piores razões, no mínimo, devemos ter em consideração a realidade, não o seu eufemismo.
Tatiana Martins, 11º F