Em Pura Anarquia, Woody Allen apresenta um conjunto de 18 histórias, todas muito distintas mas com um objectivo em mente: a anarquia literária, ou seja, todas as realidades e personalidades que as povoam são plausíveis. Geralmente retratam cenas do quotidiano moldadas à imaginação de Allen o que vai criar uma sociedade um pouco exagerada.
Esta sociedade é caracterizada como sendo uma sociedade fútil, “vazia”, no sentido de só se preocupar com coisas inúteis, chegando alguém ao ponto de pagar 12 milhões de dólares por uma trufa.
A maioria destas histórias desenvolve-se em torno de dinheiro, dando especial atenção a milionários e a actores famosos. Também aqui são incluídas as ambições das pessoas que não são “ninguém” mas a quem, por uma certa quantia em notas, é dado o passaporte de ouro para este mundo de mentiras.
Mas o livro não se resume só a isto, também tem a sua parte da imaginação fantástica – com histórias um pouco estranhas e um tanto ou quanto macabras: de roupa com sabor e cheiro a comida a um mundo dividido em dois, em que os mais ricos flutuam por cima dos mais pobres, ou seja, os deuses no céu e os mortais na terra.
Resumindo, são histórias surreais e, no entanto, poderiam mesmo ser histórias verdadeiras. Pode-se observar, também, uma liberdade quanto à escrita, visto que não obedece aos critérios considerados normais. O narrador preocupa-se só em exprimir uma consciência inconsciente, ou o que o instinto lhe dita.
Achei o livro uma leitura divertida capaz de proporcionar umas boas gargalhadas e é um óptimo meio para fugir à rotina do dia-a-dia.
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