LEIA - Quem somos

O projecto LE.I.A. continua activo e aparece agora renovado: ao associar-se ao projecto LER+ do Plano Nacional de Leitura, ganhou a sigla M.L.M (Melhores Leitores do Mundo). Continua a ser um espaço de partilha de experiências de leitura, mas integra agora na sua estrutura um verdadeiro clube de alunos leitores.

Permanece, no entanto, sempre aberto às sugestões de leitura que nos queiram enviar. Por isso, se acabou de ler um livro e gostou, escreva alguma palavras sobre ele e envie o texto para
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Ana Gonzaga

Rosário Cardoso







quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Desassossego

 

26 de Novembro de 2010


O Desassossego – uma perpétua e ruidosamente silenciosa acção, emergida das ondas do corpo mútuo e flexível, como o mar. A agitação entre os gritos calados penetra na mente dos pássaros que os humanos sonham ser e quebram-se os desejos. Para sempre vive, então, o peso da noção pura e a prisão da mente e do desejo! Por mais que os filósofos digam que sim, que somos livres, pelo menos na nossa imaginação, não acredito que seja verdade. O orgasmo da inocência rebenta como o ventre de uma mãe e começa a ouvir-se o tilintar do peito. Os braços, fazendo de ramos de amendoeira, na sua ingénua brancura, caem sobre a ria que tenta infiltrar-se na maré, forçada pelo inexplicável desejo e o cheiro que claramente se sabe que não é nem de amêndoa, nem de maçã. O fôlego fecha-se nas masmorras e as veias formadas na areia começam a explodir, criando remoinhos. A tentação é maior que a impaciência. Por fim, o toque dos sinos é tão agudo que só queres arrancar as tuas fontes e murchar como uma flor, queimada pelo frio do dia, entre uma duna e outra.

O desassossego, como o teu beijo!

Quem me dera reencarnar Pessoa...

Ksenia Kvast- 10º N

Foi através deste texto que consegui expor as emoções inexplicáveis que me trouxe o Filme do Desassossego, de João Botelho, baseado na obra homónima de Fernando Pessoa, estreado no TEMPO a 25 de Novembro de 2010. E foi também através deste filme que ganhei um maior interesse, e posso admitir, até uma paixão ainda maior, por esta personagem tão plurifacetada da história da Literatura Portuguesa, que foi Fernando Pessoa.

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