LEIA - Quem somos

O projecto LE.I.A. continua activo e aparece agora renovado: ao associar-se ao projecto LER+ do Plano Nacional de Leitura, ganhou a sigla M.L.M (Melhores Leitores do Mundo). Continua a ser um espaço de partilha de experiências de leitura, mas integra agora na sua estrutura um verdadeiro clube de alunos leitores.

Permanece, no entanto, sempre aberto às sugestões de leitura que nos queiram enviar. Por isso, se acabou de ler um livro e gostou, escreva alguma palavras sobre ele e envie o texto para
leia.esmtg@gmail.com. Nós temos o maior gosto em publicá-lo no blogue.
Sugira. Comente. Participe. O blogue é o seu espaço.

Ana Gonzaga

Rosário Cardoso







segunda-feira, 29 de março de 2010

Luís Sepúlveda, A Lâmpada de Aladino



“A Lâmpada de Aladino” …olhei para a capa, um comboio a vapor no deserto… pareceu-me bastante sugestiva, interessante, mágica e…misteriosa!

Não hesitei e comprei o livro, já há algum tempo que queria ler qualquer coisa de Luís Sepúlveda, escritor, realizador, jornalista e activista de nacionalidade Chilena.

“A Lâmpada de Aladino” é um pequeníssimo livro que nos prende e transporta no tempo, permite-nos mergulhar em toda a história e com ela viajar pelos recantos do globo.

A Alexandria de Kavafis, o Carnaval em Ipanema, uma cidade de Hamburgo fria e chuvosa, a Patagónia, Santiago do Chile nos anos sessenta, a recôndita fronteira do Perú, Colômbia e Brasil, são alguns dos exóticos cenários deste livro. Nas suas histórias, cada uma delas um romance em miniatura, Luís Sepúlveda dá vida a personagens inesquecíveis, prendendo o leitor da primeira à última página.

“Enquanto os nomearmos e contarmos as suas histórias, os nossos mortos nunca morrem”, diz a certa altura uma personagem. Foi precisamente para resgatar do esquecimento momentos, lugares e existências irrepetíveis que Luís Sepúlveda escreveu “A Lâmpada de Aladino”, uma “lâmpada” de onde surgem, como por arte de magia, treze contos magistrais.

Sem descanso, este viajante de palavras percorre caminhos sinuosos no território da imaginação. O seu sentido de "contar" - conciso e eficaz - o gosto pelas imagens e o grande dom da evocação permitem-lhe estilizar, com simplicidade, as coisas, os seres e os acontecimentos mais complexos.

Ao longo das histórias que compõem este livro reencontramo-nos com esse território de sentimentos que fizeram do autor um dos nomes mais apreciados da literatura da América Latina.

Ao lermos este livro, nasce um enorme prazer e maravilha perante tanta magia, um belíssimo livro que nos enche de encanto…quase nos arriscamos a pedir um desejo!



Silvana Bernardes

quinta-feira, 11 de março de 2010

O que sabemos nós sobre Teixeira Gomes?

A propósito das comemorações dos 150 anos do nascimento de Manuel Teixeira Gomes e da leitura da narrativa “Uma Novela Imperfeita”, integrada na obra “Londres Maravilhosa”, no dia 24 de Fevereiro o LEIA recebeu a visita da professora Graça Ventura, que dinamizou uma sessão sobre a vida e obra do nosso patrono e a quem muito agradecemos.




Professora Ana Gonzaga



O que sabemos nós sobre Manuel Teixeira Gomes?
Basicamente, nada! Através das suas fotografias que nos chegam, o que se pode observar é um homem sério e sisudo. De barba branca e rosto rígido seria certamente, pela sua pose, um homem culto e importante negociante. Mas foi muito mais do que isso! Através de uma pequena sessão com a professora Graça Ventura fiquei a conhecer esta ilustre personagem, não só da história de Portimão como também de Portugal.

Ao que consta, Teixeira Gomes exerceu altos cargos, foi por exemplo representante de Portugal em Londres e o 7º Presidente da República. Mas o que mais me espantou (no bom sentido) foi o facto de este ter sido um mulherengo, um boémio literário e um amante das artes e culturas estrangeiras. Achei fascinante o facto de faltar às aulas na Universidade de Medicina para ir ler (curiosamente junto ao Tejo) ou de se aproveitar das viagens de negócios para se instruir culturalmente.

Ainda só li um pequeno texto escrito por este excêntrico escritor: a "Novela Imperfeita", mas gostei imenso do erotismo da sua escrita, apesar de, segundo a professora Graça Ventura, esta novela não ser das mais eróticas de toda a obra deste autor.

Sara Veríssimo

As Visitas do LEIA

Associando-se à semana do Livro e da Leitura (de 1 a 8 de Março), o LEIA visitou salas de aula, fazendo ... leituras.
Algumas alunas leitoras partilham a sua experiência:



Porque a literatura é uma paixão e a leitura um vício…


…foi com muito prazer que me ofereci para ler um poema de António Gedeão durante a semana da leitura, representando o projecto LEIA. Tendo-me apresentado a diversas turmas com uma colega e amiga minha, Márcia Vicente, que também leu um poema à sua escolha, espalhei um pouco o espírito que se pretendia, acabando por divulgar o projecto no qual estou inserida. Juntando o útil ao agradável, pois faço parte do grupo de teatro, acabei por conceder um jeito teatral ao poema que li, o que penso que agradou aos alunos que aplaudiram a minha leitura.

Para finalizar devo agradecer à professora Ana Gonzaga por me ter proporcionado esta oportunidade, que me permite compartilhar com os outros a febre da leitura.

Ana Félix



Leitura nas Salas de Aula

Por mais que o coração batesse e as mãos tremessem, pela ansiedade, o medo da rejeição e do gozo, a vontade de ler e de partilhar todas aquelas palavras com os meus colegas era imensa.

Toda esta vontade de partilhar a paixão da Leitura com os outros levou-me a querer ler-lhes um, passar-lhes a mensagem de que ler é algo agradável!

Queria transmitir-lhes o que sinto quando leio, queria que eles sentissem o mesmo e se deslumbrassem na imensidão das palavras!

Foi uma experiência enriquecedora, fez-me querer partilhar mais e mais este gosto pela Leitura, querer passar este “bichinho” para todos e vê-los “enfeitiçados” por esta maravilhosa Arte.



A semana da leitura proporcionou a mim e à minha colega uma oportunidade bastante interessante de conciliar a veia teatral com a leitura de um texto à nossa escolha, neste caso, a de dois poemas, um de Miguel Torga, lido por mim, e outro de António Gedeão pela Ana Félix. Devo dizer que os alunos das turmas às quais fomos se demonstraram de certa forma interessados e respeitaram o nosso trabalho, enquanto membros do projecto LEIA.

Espero vir a ter outra experiência, tal como esta.

Márcia Vicente

Semana do Livro e da Leitura:

foi uma experiência alucinante! Gostei e quero repetir!

Sara Veríssimo

terça-feira, 9 de março de 2010

Lisbon Revisited por Joana Albino (continuação)


Entrámos no autocarro. Passei por todas aquelas ruas que me encantam na cidade de Lisboa… Campo Grande, vislumbrámos o estádio de Alvalade e aí, claro, toda a gente começou a perguntar quem estava com vontade de ir à casa de banho… Entendam-me como quiserem.

Em direcção ao Lumiar, tentámos encontrar o Museu Nacional do Teatro, que é mesmo nas traseiras do Museu Nacional do Traje. Situados no Palácio Monteiro-Mor, um edifício com fachada do século XVIII, que foi restaurado e adaptado especificamente para este efeito. Actualmente, a colecção do museu, que começou a ser constituída em 1979, já apresenta perto de 250.000 peças. Estas incluem trajes e adereços de cena, cenários, figurinos, cartazes, programas, discos e partituras e cerca de 120.000 fotografias. Existe também uma biblioteca especializada com 35.000 volumes.

Não me consigo alongar nem desenvolver esta visita pela sua complexidade. Posso apenas dizer que tivemos uma guia bastante dinâmica que nos guiou pelos espaços do Museu.

Através dessa visita ficámos a conhecer melhor a história do teatro português e tivemos oportunidade de ver vestidos e figurinos magnificamente concebidos. Falando por mim, foi uma visita que enriqueceu os meus conhecimentos acerca da área da representação, uma área que me interessa bastante.

Saídos do Museu Nacional do Teatro, dirigimo-nos para a baixa lisboeta, que me encanta desde sempre, pelas ruas, pelas pessoas, pelas janelas, pela música que soa no ar… Para os mais pequeninos do grupo – sim porque eu já sou veterana nestas coisas d’”Os Maias” – passámos por locais da baixa descritos na obra.

Concluído o plano da visita, tivemos ainda tempo para dar uma espreitadela à FNAC. O meu objectivo, agora já com dinheiro na conta - graças às modernices do multibanco e à boa vontade do meu pai – era comprar um livro. Do que me fui eu lembrar… Devo ter estado cerca de meia hora a olhar para a mesma estante, na secção de “Literatura Lusófona”. Prefiro conhecer primeiro os artistas e as suas obras na minha língua… São mais desafiantes. Tive na mão livros de José Luís Peixoto, David Mourão Ferreira… E depois desse tempo todo, de já estar a transpirar por causa do calor exagerado que estava naquele sítio… Não consegui fugir ao meu destino. Acabei por levar o meu terceiro livro de Vergílio Ferreira, “Alegria Breve”.

Já de regresso e com a alma cheia de pena, lá fomos, eu e a Márcia de braço dado em direcção ao autocarro. A minha vontade era ficar em Lisboa, claro. Nem vou tecer mais comentários sobre essa cidade porque já farta, mas a culpa é mesmo do entusiasmo…

Sentia-se um cansaço geral no ar. Andámos bastante. E eu já tinha bastante fome de novo. Lá partilhámos umas bolachas uns com os outros e lá fomos enganando o estômago.

Depois, como em todos os regressos de autocarro, de música nos ouvidos, começa a festa. Eu e a Silvana (que foi ao meu lado) começámos a cantar, mas muito alto... A Laila, coitada, que me emprestou o iPod, queria dormir e duvido que tenha conseguido, fora os outros, que nem me apercebi. Eu e a Silvana estávamos demasiadamente entretidas para nos deixarmos de cantorias.

Entre música, risos, o Sporting - Benfica da Rádio Renascença – claro está, sintonizado pelo Senhor Condutor – e os roncos do meu estômago devido à fome desumana de que eu padecia, foi uma viagem de regresso bastante animada, mas sempre com a vontade de voltar à capital a qualquer momento bem presente nas nossas cabecinhas...

 
Joana Albino

segunda-feira, 8 de março de 2010