“A Lâmpada de Aladino” …olhei para a capa, um comboio a vapor no deserto… pareceu-me bastante sugestiva, interessante, mágica e…misteriosa!
Não hesitei e comprei o livro, já há algum tempo que queria ler qualquer coisa de Luís Sepúlveda, escritor, realizador, jornalista e activista de nacionalidade Chilena.
“A Lâmpada de Aladino” é um pequeníssimo livro que nos prende e transporta no tempo, permite-nos mergulhar em toda a história e com ela viajar pelos recantos do globo.
A Alexandria de Kavafis, o Carnaval em Ipanema, uma cidade de Hamburgo fria e chuvosa, a Patagónia, Santiago do Chile nos anos sessenta, a recôndita fronteira do Perú, Colômbia e Brasil, são alguns dos exóticos cenários deste livro. Nas suas histórias, cada uma delas um romance em miniatura, Luís Sepúlveda dá vida a personagens inesquecíveis, prendendo o leitor da primeira à última página.
“Enquanto os nomearmos e contarmos as suas histórias, os nossos mortos nunca morrem”, diz a certa altura uma personagem. Foi precisamente para resgatar do esquecimento momentos, lugares e existências irrepetíveis que Luís Sepúlveda escreveu “A Lâmpada de Aladino”, uma “lâmpada” de onde surgem, como por arte de magia, treze contos magistrais.
Sem descanso, este viajante de palavras percorre caminhos sinuosos no território da imaginação. O seu sentido de "contar" - conciso e eficaz - o gosto pelas imagens e o grande dom da evocação permitem-lhe estilizar, com simplicidade, as coisas, os seres e os acontecimentos mais complexos.
Ao longo das histórias que compõem este livro reencontramo-nos com esse território de sentimentos que fizeram do autor um dos nomes mais apreciados da literatura da América Latina.
Ao lermos este livro, nasce um enorme prazer e maravilha perante tanta magia, um belíssimo livro que nos enche de encanto…quase nos arriscamos a pedir um desejo!
Silvana Bernardes