Entrámos no autocarro. Passei por todas aquelas ruas que me encantam na cidade de Lisboa… Campo Grande, vislumbrámos o estádio de Alvalade e aí, claro, toda a gente começou a perguntar quem estava com vontade de ir à casa de banho… Entendam-me como quiserem.
Em direcção ao Lumiar, tentámos encontrar o Museu Nacional do Teatro, que é mesmo nas traseiras do Museu Nacional do Traje. Situados no Palácio Monteiro-Mor, um edifício com fachada do século XVIII, que foi restaurado e adaptado especificamente para este efeito. Actualmente, a colecção do museu, que começou a ser constituída em 1979, já apresenta perto de 250.000 peças. Estas incluem trajes e adereços de cena, cenários, figurinos, cartazes, programas, discos e partituras e cerca de 120.000 fotografias. Existe também uma biblioteca especializada com 35.000 volumes.
Não me consigo alongar nem desenvolver esta visita pela sua complexidade. Posso apenas dizer que tivemos uma guia bastante dinâmica que nos guiou pelos espaços do Museu.
Através dessa visita ficámos a conhecer melhor a história do teatro português e tivemos oportunidade de ver vestidos e figurinos magnificamente concebidos. Falando por mim, foi uma visita que enriqueceu os meus conhecimentos acerca da área da representação, uma área que me interessa bastante.
Saídos do Museu Nacional do Teatro, dirigimo-nos para a baixa lisboeta, que me encanta desde sempre, pelas ruas, pelas pessoas, pelas janelas, pela música que soa no ar… Para os mais pequeninos do grupo – sim porque eu já sou veterana nestas coisas d’”Os Maias” – passámos por locais da baixa descritos na obra.
Concluído o plano da visita, tivemos ainda tempo para dar uma espreitadela à FNAC. O meu objectivo, agora já com dinheiro na conta - graças às modernices do multibanco e à boa vontade do meu pai – era comprar um livro. Do que me fui eu lembrar… Devo ter estado cerca de meia hora a olhar para a mesma estante, na secção de “Literatura Lusófona”. Prefiro conhecer primeiro os artistas e as suas obras na minha língua… São mais desafiantes. Tive na mão livros de José Luís Peixoto, David Mourão Ferreira… E depois desse tempo todo, de já estar a transpirar por causa do calor exagerado que estava naquele sítio… Não consegui fugir ao meu destino. Acabei por levar o meu terceiro livro de Vergílio Ferreira, “Alegria Breve”.
Já de regresso e com a alma cheia de pena, lá fomos, eu e a Márcia de braço dado em direcção ao autocarro. A minha vontade era ficar em Lisboa, claro. Nem vou tecer mais comentários sobre essa cidade porque já farta, mas a culpa é mesmo do entusiasmo…
Sentia-se um cansaço geral no ar. Andámos bastante. E eu já tinha bastante fome de novo. Lá partilhámos umas bolachas uns com os outros e lá fomos enganando o estômago.
Depois, como em todos os regressos de autocarro, de música nos ouvidos, começa a festa. Eu e a Silvana (que foi ao meu lado) começámos a cantar, mas muito alto... A Laila, coitada, que me emprestou o iPod, queria dormir e duvido que tenha conseguido, fora os outros, que nem me apercebi. Eu e a Silvana estávamos demasiadamente entretidas para nos deixarmos de cantorias.
Entre música, risos, o Sporting - Benfica da Rádio Renascença – claro está, sintonizado pelo Senhor Condutor – e os roncos do meu estômago devido à fome desumana de que eu padecia, foi uma viagem de regresso bastante animada, mas sempre com a vontade de voltar à capital a qualquer momento bem presente nas nossas cabecinhas...
Joana, parabéns pelas escolhas literárias e pelo teu humor.
ResponderEliminarAinda bem que existem pessoas que preferem o canto ao sono e que sabem brincar com as coisas simples.
Maria da Graça Ventura