LEIA - Quem somos

O projecto LE.I.A. continua activo e aparece agora renovado: ao associar-se ao projecto LER+ do Plano Nacional de Leitura, ganhou a sigla M.L.M (Melhores Leitores do Mundo). Continua a ser um espaço de partilha de experiências de leitura, mas integra agora na sua estrutura um verdadeiro clube de alunos leitores.

Permanece, no entanto, sempre aberto às sugestões de leitura que nos queiram enviar. Por isso, se acabou de ler um livro e gostou, escreva alguma palavras sobre ele e envie o texto para
leia.esmtg@gmail.com. Nós temos o maior gosto em publicá-lo no blogue.
Sugira. Comente. Participe. O blogue é o seu espaço.

Ana Gonzaga

Rosário Cardoso







quarta-feira, 25 de maio de 2011

The Talented Mister Ripley by Patricia Highsmith



A brilliant criminal suspense thriller written by Patricia Highsmith, The Talented Mr. Ripley was one of the most addicting books I’ve ever read. The way it’s written, in par with an excellent plot, are sure to keep any reader interested, regardless of whether one is used to reading books in this genre or not. In my case, I’ve never read a criminal thriller before and I’m glad I read this particular book first, so I can confidently say I am now a fan of the genre. I really recommend this book, as it is, undoubtedly, a must-read for any fan of good suspense looking for an addicting masterpiece.


Nuno Antunes

Angela's ashes by Frank McCourt

(1)"When I look back on my childhood I wonder how I survived at all. It was, of course, a miserable childhood: the happy childhood is hardly worth your while. Worse than the ordinary miserable childhood is the miserable Irish childhood, and worse yet is the miserable Irish Catholic childhood."


This is the story of a boy, Frank McCourt, his family and life in Ireland. When things may seem a little sad, this story is a reminder that they can always get worse. The opening sentence of the book(1) captures your attention, makes you wonder why the character feels that way and, while you read the story, you realize it. You are led into a first person narrative, through the author's childhood and adolescence. This book takes you on a wild ride back and forth from the streets of New York to the slums of Limerick, Ireland. The narrative is bold, fun, smart and sometimes heartbreaking. McCourt describes his family brilliantly allowing us a glimpse of his past and what made them what they were - his alcoholic father, his broken mother and his brothers. When it comes to the last page, you feel wonderfully intimate of this family. The way McCourt uses words to describe his thoughts and feelings is unbelievable. The images are vivid, almost like a movie, you can almost hear the author telling you about their difficulties with a bitter smile on his face. This book encompasses everything from a hospital admission, the death of siblings still in his early years until the need to steal to survive. This is a motivating novel that makes you realize that, however bad things get, unless you're dead, you can make them better. I highly recommend this book. As far as I recall, this is one of the best books I’ve ever read.

Adrina Cunha

Matilda by Roald Dahl

Matilda is an original and humorous story. Probably the most well- known book written by Roald Dahl for children. It was one of the best books I read during my childhood. It is a story about a fantastic and bright young girl, Matilda, who had a passion for books and reading. To create a genius like Matilda, the author was fascinated about Wolfang Amadeus Mozart, who was already composing music by the age of five. This was one of the things that made him realize that adults often underestimate children. Matilda´s parents, Mr. And Mrs. Wormood, think she´s just a nuisance. Matilda thinks, rightly, that all they are interested in is watching television and making money by cheating people. They can be considered as a caricature of dishonest but stupid people. She decides to punish them. Using her intelligence, she creates a lot of funny situations, with a bit of irony, in order to be more respected by her parents. She soon discovers that she has supernatural powers which prove to be useful both at home, and at school, to help her friends to confront then the terrible headmistress, Mrs. Trunchbull. This character, the villain of the story, has a very strong personality, as well as constant bad mood, and a controversial career, for being Matilda´s school headmistress and hating children at the same time. This story teaches some values and lessons about friendship and betrayals.

The author has a very particular writing style, describing every character and situation in a very personal way, like every character was a friend of his, making us get familiar with them.

The book won the Children´s Book Groups Award in 1988. I recommend it for those who enjoy outstanding stories, written with some criticism, humour and irony, with unique characters.

Mathilde Major 12º G nº 15

Salem Falls by Jodi Picoult

Salem Falls, a novel which gives you food for thought.


What makes two young girls ruin a life?

What made them lie about having been raped?

This novel tells the story of Jack St. Bride, a 31-year-old history teacher and soccer coach, who’s wrongly accused of raping two teenage girls. He must bear the shame of facing two trials, one sentence, the registration as a sex offender and the prejudiced eyes of those who want him lynched. But one person believes in Jack, even when his own mother abandoned him. Her name is Addie.

I loved reading this novel, it attracts the reader’s attention and you can feel every emotion in the book. You get angry with it all, because you know Jack is innocent and desperate as Addie tries to help him. It is thanks to her that Katherine, the first girl who accused Jack, comes forward and tells the truth.

I recommend this novel to everyone. From those who like witches and reading everything related to them (the word Salem in the title has you reaching for this book on the library shelf and the blurb quickly tells you you’re not wrong about the contents). The witchcraft here deals with Wicca, but Picoult never takes a stand on the religion, leaving this up to the readers, describing only some Wiccan traditions and rituals, and some of the effects of the spells cast by some characters.

This is the right novel to those who like to while away time with an interesting contemporary novel that raises the issues of love and trust, parental relationships, the teenage psyche, dishonesty and prejudice.

Sofia F. 12ºG

quarta-feira, 20 de abril de 2011

No rasto de Pessoa e de Eugénio

"Não.


Eu simplesmente sinto

Com a imaginação.

Não uso o coração."


Exprimo o que pensava sentir. Escrevo o que julgava saber. Digo o que cria conhecer. Pensava ter prazer naquilo que vivia, tentando não pensar, enquanto pensava no gestos que absorvia. Julgava saber aquilo que não sei, sabendo, na altura, que, na verdade, não o sabia. Acreditava desfrutar os momentos vividos, consciencializando-me que esses estavam perdidos. Pretendia viver na pele de outrem, deixando a minha razão funcionar que nem vaivém. Um vaivém de consciência e imprudência, de crer no prazer momentâneo, quando esse não mostra, sequer, a sua existência.

No dia-a-dia, "Exprimo o que já não sinto/ Escrevo o que já pensei. / Em arte, se sofro, minto:/ Registo o que já não sei." Represento a pessoa que não sou, capturando a pomba que nunca voou. Partiu a asa, logo cedo, fingindo voar, quando, na verdade, tinha medo.

Criei um heterónimo nunca antes conhecido, escondendo o meu ortónimo, que, agora, anda perdido. Perco-me na minha consciência, acreditando ser inconsciente, quando a razão está sempre presente.

Procuro usar os sentidos, notando como andam perdidos, na imensidão do pensamento, onde é desperdiçado talento.

Perdi tempo da minha curta jornada, pensando em ti, sempre preocupada, tentando explicar os vários porquês, que, cada vez, são mais, tornando todas as minhas crenças irracionais.

Vagueio pelos dias, sem qualquer objetivo, criando obstáculos sem aparente motivo. Talvez queira entreter a mente, forçando emoções, acreditando que o coração está demente e não sente.

Nunca sei onde quero chegar, muito menos como ou quando parar. Talvez o fim seja a solução, talvez a morte seja a libertação. Porém, a morte é para os fracos, aqueles que não pensam, para os que desistem. Eu penso e existo, pertencendo ao grupo dos resistem.

Não sei colocar um ponto final nesta confusão. Não consigo chegar a uma conclusão. O melhor, talvez, seja terminar gritando e exclamando "eu estou viva!", apesar de ninguém o saber.

No fundo, continuarei perdida nos meus pensamentos, usando um heterónimo como entretenimento, para aqueles que observam a ilusão que transmito.

Ao chegar ao fim, noto a pobreza das minhas palavras, desiludindo-me com a forma como foram usadas...

Talvez, quem sabe, um dia, tal como por magia, as palavras ganhem vida, percorram a minha folha de papel, sozinhas, lendo a minha mente, tornando-me, ainda mais, transparente.



Mónica Cid Nobre

Ainda o livro "O Leitor"

Um livro, um filme


O Leitor, de Bernard Schlink



Um jovem de 15 anos, Michael, encontra-se com uma mulher mais velha, Hanna, que o ajudara aquando da sua doença. Apesar da diferença de idades, os dois acabam por se envolver. Os encontros entre os dois obedeciam a um ritual: após uma sessão de leitura, em que Michael lia para Hannha, seguia-se uma relação sexual. No entanto, Hanna é avisada da sua promoção e, portanto, teria que trabalhar no escritório da empresa. Após este aviso, Hanna desaparece subitamente.
Anos mais tarde, Michael já adulto e estudante de Direito, volta a encontrar Hanna num julgamento. Esta era acusada de ter trabalhado para a SS na Segunda Guerra Mundial. Neste julgamento, várias mulheres eram acusadas de terem deixado morrer trezentas prisioneiras judias, queimadas numa igreja em chamas, durante a “Marcha da Morte”, que ocorrera durante a retirada do campo de Auschwitz. Hanna era uma delas. Entretanto, Michael descobre finalmente o seu segredo. Esta era analfabeta e ocultara-o por toda a vida por vergonha. A revelação desse segredo podia ser crucial para a decisão do tribunal. Assim, esta situação deixa Michael perante uma indecisão acerca do que deveria fazer.
Deveria revelar a verdade, visto que isso iria ser favorável a Hanna, em tribunal? Ou deveria respeitar a sua decisão e não contar nada, dado que ela acabara por esconder esse segredo durante a sua vida? Esta é uma excelente questão que o livro levanta, suscitando opiniões divergentes e interessantes, ponto de partida para um vivo debate.

Marlene Tinoco

Sobre a sessão com Pedro Medina Ribeiro - opiniões de alunos


Adorei a sessão com o escritor Pedro Medina. Este mostrou-se muito simpático e atencioso, sempre pronto a esclarecer as nossas dúvidas, da melhor maneira possível. Além disso, conseguiu despertar o interesse de todos os que não tinham lido o livro na íntegra, levando-os a requisitá-lo, novamente, no intuito de o lerem por completo. O escritor Pedro Medina também mostrou ser uma pessoa simples e bastante acessível, sem ares de superioridade, induzindo, assim, um maior interesse no diálogo e bastante interacção entre os leitores e o escritor.


Marlene Tinoco


No passado dia 23 de Março o clube LEIA – MLM teve o prazer de receber o escritor Pedro Medina na biblioteca escolar, para uma sessão sobre o seu livro "A Noite e o Sobressalto". Os alunos do clube prepararam previamente a leitura da obra e perguntas pertinentes para colocar ao autor e a sessão decorreu num ambiente agradável e familiar. Pedro Medina falou da sua experiência pessoal e o debate envolveu tanto uma discussão sobre a obra como sobre o género literário fantástico. A obra em si é uma colectânea de contos variados que escreveu durante sete anos, englobando histórias diversas que passam por práticas de ocultismo, criaturas míticas, magia e finais inesperados. A tarde foi do agrado de todos e deixou a vontade de repetir uma sessão semelhante.

Teresa Garrocho

A sessão com o autor foi ao encontro das minhas melhores expectativas. Perante mim, estava, claramente, o escritor do livro que eu não li, devorei!
Espero antecipadamente pela sua próxima obra!
 
Nuno Pascoal